Volver, o novo filme de Pedro Almodóvar, surpreende pelos retornos do cineasta. Retorno a sua parceria profissional com Carmen Maura, atriz que não aparecia desde Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1989) e retorno do humor, que já estava fazendo falta. Já o vermelho, estética poucas vezes abandonada por Almodóvar em seus filmes, continua vibrante. O vermelho de Almodóvar, com mais ênfase agora em Volver, é a representação ambígua do amor e da morte, temas fortes no filme. O vermelho em close numa banca de tomates, no sangue que escorre do homem morto, no carro de Sole (Lola Dueñas), a irmã de Raimunda (Penélope Cruz). O vermelho é a cor do cinema de Almodóvar. O Mateus, do blog Cinema Mon Amour, chegou a evocar Gritos e Sussurros, do Bergman: pelo vermelho e pela cumplicidade feminina de Volver, que alude ao confinamento das mulheres no filme de Bergman. Mestre do melodrama contemporâneo, Almodóvar faz homenagem justa a Visconti, quando o clássico do melodrama Belíssima está sendo exibido na TV. Apesar de Volver ser imperdível, não senti o arrebatamento dos últimos filmes do diretor vistos no cinema. De todo modo, só a persona de Penélope Cruz já vale o ingresso.
Volver (Volver) Espanha, 2006, 121min Direção e roteiro: Pedro Almodóvar Elenco: Penélope Cruz, Chus Lampreave, Carmen Maura, Lola Dueñas, Blanca Portillo, Yohana Cobo
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