sábado, abril 15, 2006

Antes da Nouvelle Vague, no MAM

A cinemateca exibiu por três fins de semana alguns dos clássicos do cinema francês de 'antes da nouvelle vague'. Tudo bem que a nouvelle vague sacudiu o cinema francês no fim dos anos 50, mas daí a colocar o nome da mostra de "Antes da nouvelle vague" parece tirar de foco diretores importantes do cinema clássico francês, como Jean Renoir e Robert Bresson.





Um dos destaques é As Damas do Bosque de Boulogne (1945, França), do Robert Bresson. Coincidentemente o filme foi exibido há exatamente um ano, quando o CCBB fazia a mostra de filmes de temática feminina para comemorar o dia internacional da mulher. É bem isso mesmo: o filme trata da vingança feminina. Para se vingar do amante Jean (Paul Bernard) que a abandonou, Hélène (Maria Casares) arma-lhe um casamento com Agnès (Elina Labourdette), uma jovem de bordel, com a cumplicidade da mãe desta. É interessante observar a narrativa clássica que veste Hélène, a traída, de negro em contraposição com a música doce, as expressões ingênuas de Agnès. Maria Casares dá corpo a uma das melhores vilãs do cinema, graças à sua interpretação.






Assisti também a Os Visitantes da Noite (1942, França), dirigido por Marcel Carné, com roteiro de Jacques Prévert. O filme ficou muito aquém da minha expectativa quando li o enredo. Dois irmãos, Gilles e Dominique, filhos do diabo, têm a missão de desfazer o casamento da filha do rei, prestes a acontecer, num reinado do período medieval. Esse interessante enredo se transforma num filme repetitivo, enfadonho, sem acontecimento de forma nem de conteúdo. Tudo vira uma boba história de amor água com açúcar. Chato toda vida. Bem diferente do belo O Boulevard do Crime.

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